Ponto de Interrogação

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Location: Belo Horizonte, Minas Gerais

Sou um compositor de canções, que se mete a cantar, e também um enxadrista frustrado, interessado em geopolítica contemporânea e preocupado com a natureza automatista da sociedade de classes baseada na expropriação legalizada da mais-valia. Não bastasse pra dizer que sou um idealista quixotesco em terra de gente mais pragmática.

Tuesday, December 19, 2006

Chico Buarque - O monstro-mestre discreto da canção

Fui ao show do Chico Buarque no Palácio das Artes. Desnecessário dizer que pra quem faz música brasileira como eu era fundamental vê-lo ao vivo pelo menos uma vez na vida. Valeu. O ingresso era caro e quase impossível de conseguir, graças às filas absurdas que se formaram na frente do Palácio Das Artes. Arranjei com uma amiga minha que ficou lá umas dez horas mais ou menos.
Deve ter sido um exercício interessante a escolha das músicas dessa turnê. Porque o Chico Buarque tem mais de trezentas canções de sua autoria, todas muito boas. Não tem nada capenga ou mal feito em sua obra. A importância de sua obra na música brasileira moderna é absolutamente incontornável, e na minha opinião ele pode ser considerado, sem exagero, talvez o maior cancioneiro da música popular de todos os tempos, não só do Brasil.
Ele filtrou pra esse show pérolas como Morro Dois Irmãos, O Futebol, Cantando no Toró, Mambembe, Mil Perdões, Morena De Angola, As Vitrines, Ela é Dançarina letra e música, e parcerias como Na Carreira , A Bela e a Fera, Ode aos Ratos, A História de Lili Brown , (com Edu Lobo), Imagina e Eu Te Amo ( com Tom Jobim), Bye Bye Brasil ( com Roberto Menescal), e muitas outras, várias do disco novo Carioca.
Dito isso, pensei que faltou no repertório a linha mais política do Chico, não sei se ele não quer saber mais daquilo, se ele hoje talvez considere inocentes algumas das letras como Vai Passar, Apesar de Você, Pelas Tabelas, Roda Viva, Cálice, etc. Também absolutamente ausentes da apresentação as canções de sua primeira fase, como A Rita, Olê Olá, Pedro Pedreiro, Morena Dos Olhos D´Água, Noite Dos Mascarados, Samba E Amor, pra não falar d´A Banda. No bis pelo menos ele cantou Quem te viu, quem te vê.
Outra pequena crítica deve-se ao absoluto silêncio de um artista de quem se espera qualquer palavra, que sempre teve a coragem e a competência pra se posicionar no Brasil como um compositor consciente e ligado a uma visão transformadora da realidade social, talvez porque ele tenha perdido aquela esperança da juventude, ou , sentindo-se constrangido pelo patrocínio da TIM, tenha preferido só cantar. Talvez simplesmente pela famosa timidez.

Monday, December 04, 2006

Primeiras Interrogações

Primeira interrogação : sobre o que é este blog ?
Resposta : sobre música popular, antropologia estruturalista, teoria crítica marxiana, noções de contraponto, historiografia da década de 60, ontologia da indústria cultural de massas, análise crítica do futebol brasileiro e das novas formas de barbarização do esporte, terapias radicais antitabagistas, política, religião, e, mais importante que todos, a discussão astrológica, assuntos sobre os quais eu sei pouco mais que nada.
Segunda interrogação: por que eu estou fazendo esse blog
Resposta : ainda não sei ao certo, mas é por um motivo nobre.
Última interrogação ( por hoje ) : por que alguém deve ler ?
Respota : por que não ?